7 de nov. de 2004

A Primeira Tarefa

Minha primeira tarefa, foi fazer um "onde usa". Sem computador é claro. As ferramentas da época eram lápis, caneta e blocos pautados ou quadriculados. A empresa como fabricante de produtos químicos, tinha em suas formulações diversas matérias primas do ramo químico. Como a inflação estava começando a dar o ar da graça, meu chefe precisava saber quais eram, e em que percentuais, os produtos seriam afetados pelo aumento de uma determinada matéria prima. Então passei meus primeiros meses de trabalho com uns livrões de formulações e folhas e mais folhas na minha mesa. Aí o "onde usa" foi saindo. Ah se já existisse computador!

2 de nov. de 2004

O Pau comia na Rua

Nesta época em que comecei a trabalhar, a ditadura instalada deu o seu aperto final com o AI-5. No Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, onde estudava no Largo do Machado, nosso Grêmio que havia sido criado poucos anos antes, logo após eu ter entrado para lá, foi fechado. Como tínhamos o procedimento de formar as turmas no pátio antes de subir para as salas, a diretora, Dna. Hilda, veio até o pátio e simplesmente falou que a partir daquela data o Grêmio estaria fechado, e que não tinha muitas explicações para dar.

No centro da cidade, aonde eu comecei a trabalhar, os discursos e movimentos contra a ditadura aconteciam constantemente. E também o pau comia solto. Quantas vezes saia para almoçar e o pau comia na rua, bombas de gás lacrimogêneo estourando e muita correria. Os edifícios fechavam as portas assim que a confusão se formava, e quem estava fora não entrava e quem estava dentro não saía. Várias vezes não fui almoçar e várias vezes fiquei sem voltar para o trabalho, ou só conseguia voltar quase no final do expediente. Várias vezes entrei no primeiro edifício que vi, para me proteger da PM e das bombas de gás.

Passou-se um tempo e assistimos lá de cima do escritório da empresa a famosa passeata dos 100 mil. De arrepiar. Dali para a frente as coisas se acalmaram, em termos de tumultos na rua. Pois com o AI-5 quem "mixava fora do pinico" ia parar nos porões do DOI-CODI. E dali para desaparecer era um pulo.

No site http://www.evandroteixeira.net/68destinos/68destinos.html tem a foto da passeata, com vários recursos. Vá lá e veja.

2 de out. de 2004

Só fui parar 35 anos depois


Comecei a trabalhar em 1968. Nesta época estudava num colégio estadual à noite, no Largo do Machado (chamava-se de científico, hoje não sei como se chama. Prometo me atualizar - eram 3 anos). Fui convidado para trabalhar numa empresa, localizada no centro do Rio, na Av.Rio Branco, 168. Era uma empresa brasileira que tinha acabado de vender 50% do seu capital para uma empresa americana (Economics Laboratory Inc.). Fui entrevistado pelo GG e o GA. Era para trabalhar com o GA, que assim que entrei, ele entrou de férias. Então eu comecei a trabalhar meio "que de férias" também. Ah e mais! Comecei a trabalhar na mesa dele. A empresa tinha problema de espaço, estava se expandindo, e logo a seguir mudou-se para o bairro de São Cristóvão, para um prédio de 3 andares, onde sobrava lugar. É lógico que a foto é mais antiga. Eu comecei a trabalhar com 16 anos.

14 de jun. de 2004

Começando

Bom pessoal, para você fazer alguma coisa, você tem que começar um dia. E esse dia, para o Blog "No Tempo que a Viúva era Rica", é hoje. Estarei colocando aqui fotos que tenho, deste longo caminho que percorri dentro da empresa, bem como tentarei relatar fatos vividos durante todos estes anos de labuta.